Na última quinta-feira, 26 de setembro, o Laboratório de Automação e Robótica (LAR) da Escola de Ciências e Tecnologia (ECT)…
A 28ª missão do projeto ocorreu em Raposa, no Maranhão (foto: acervo do projeto)
O projeto de extensão Caravana Espacial completou a meta de realizar 30 missões em 30 diferentes municípios do Nordeste Brasileiro. As três últimas cidades visitadas estão localizadas no estado do Maranhão, são elas: Raposa, Pinheiro e Peri-mirim. A equipe ainda retornou à cidade de Alcântara (onde já esteve, no ano passado) para uma missão especial: Caminho das Estrelas!
Nestes dois anos de financiamento a partir da chamada 36/2022 do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), a Caravana, composta por Professores, estudantes e profissionais da UFRN, esteve em cerca de 40 escolas, atendeu mais de 30 municípios, e impactou milhares de pessoas, distribuídas pelos estados do Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Ceará e Maranhão, e tantas outras que de alguma forma foram tocadas pela “sementinha” da curiosidade sobre temas que envolvem o espaço, e as tecnologias desenvolvidas pelo homem na busca de sua compreensão.
A missão de Pinheiro teve a participação de muitos estudantes do ensino fundamental do Instituto de Educação do município. (foto: acervo do projeto)
O Projeto construiu um volumoso acervo de equipamentos didáticos, materiais para divulgação científica sobre Astronáutica, Astronomia e Física, tudo com acessibilidade e inclusão. Além de uma grande bagagem simbólica repleta de relatos de pessoas sensibilizadas pelas ações, assim como, muitas fotos e vídeos, publicados no site https://caravanaespacial.ect.ufrn.br/ e no perfil do Instagram @caravanaespacial.
Muitos estudantes puderam vivenciar conteúdos pouco explorados nas escolas, muitas vezes, pela falta dos instrumentos necessários para promover a prática. Sandra Nogueira, diretora da escola São Benedito, situada no povoado de Três Marias em Peri Mirim/MA, a cerca de 3h da capital do estado, explica que, mesmo em condições difíceis, como uma sala apertada e quente, “nunca tinha visto nossos alunos tão interessados em alguma coisa como eles estão agora”, disse.
Os estudantes da escola São Benedito receberam dobraduras de satélites doadas pela AEB (foto: acervo do projeto)
Sandra já esperava que o evento chamasse a atenção dos alunos porque, quando a escola participou da Mostra Brasileira de Foguetes, eles se interessaram muito pelo assunto, mas ainda assim “superou todas as minhas expectativas”, diz, entusiasmada.
Esse entusiasmo em torno da busca pelo conhecimento científico aeroespacial é o principal foco do projeto, que se propõe a despertar vocações para carreiras nessas áreas. Por isso, Welsenhausen Garcia, diretor pedagógico do Instituto de Educação de Pinheiro, no Maranhão, ficou muito grato pelo local onde trabalha ter sido escolhido pelo projeto. A escola funciona em tempo integral e os alunos estudam conteúdos diversos, “mas eles não tinham, até então, contato diretamente com essas experiências”, explica.
Flávia Marques, gestora de uma escola no município de Raposa/MA, acredita que essa proposta pedagógica fora do comum agrega muito conhecimento para os estudantes, porque “sai da sala de aula e vai para a prática, ver a física de uma outra forma, e a gente tem certeza que isso desperta curiosidade neles”.
Tanto que, para a Raíssa Costa, estudante da 1ª série do ensino médio, através desse trabalho, o Projeto estimula o interesse, “a pesquisar e nos aprofundar mais nesse assunto, e acredito que para alguns alunos seja uma oportunidade única e marcante”, explica.
Para o Raul Pichinelli, 13 anos, que estuda o oitavo ano do ensino fundamental na Escola Caminho das Estrelas, em Alcântara/MA, é muito importante mostrar esse tipo de conteúdo por causa da tecnologia em si, mas também para que as pessoas saibam que podem alcançar o que elas querem. Ele afirma que agora está sabendo que as pessoas não são limitadas a algo, “a gente pensa que porque mora no Brasil não vai conseguir chegar, como a gente vê nos filmes, na NASA, esse tipo de coisa, mas não”. Segundo o adolescente, “se a gente for inteligente e lutar, a gente consegue”.
Uma das atividades oferecidas em Alcântara foram as sessões de planetário. (foto: acervo do projeto)
Os coordenadores do projeto definem as Caravanas Espaciais como “sonhos que sonhamos juntos”. Eles acreditam que o projeto tem conseguido alcançar o objetivo de aproximar a academia (cientistas e pesquisadores, alunos e professores) das comunidades em geral. Fazendo com que a Astronomia e a Astronáutica se tornem mais próximas de todos.
Além disso, fez com que as pessoas dos rincões do sertão, que já desfrutam de céus lindos e estrelados, soubessem um pouco mais sobre as constelações, o programa espacial brasileiro, e nossos centros ”nordestinos” de lançamento de foguetes. “Agora vamos esperar essas sementinhas lançadas germinarem… O(a) próximo(a) grande cientista aeroespacial do Brasil pode ser hoje um(a) garotinho(a) que vivenciou um dia de ‘missão espacial’ da Caravana”, afirmam.