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Já pensou em experienciar uma viagem que promove educação, cultura, gastronomia e o conhecimento natural das belezas da região visitada? Tudo isso regado a muito companheirismo e respeito? É isso que propõe a Ecotur, empreendimento da mestranda do Programa de Pós Graduação em Ciência, Tecnologia e Inovação (PPgCTI), Julliane Michelle Freire de Almeida.
Segundo Julliane, desde muito nova, naturalmente foi uma empreendedora: “vendia brinco e adesivos na escola, guardava o lucro e separava o restante para poder fazer mais compras”. Economista formada pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), a mestranda afirma que o curso de economia foi decisivo para o sucesso do empreendimento que tem hoje. “Foi fundamental para uma análise madura de mercado e movimentação, sempre gostei muito de geopolítica, o que me dava vantagem nas matérias teóricas”, comentou Julliane.
O empreendimento surgiu naturalmente. Julliane e colegas de turma costumavam organizar viagens para roteiros “diferentes”, sempre para lugares com natureza, cultura e comida regional. A Ecotur oferece roteiros de viagens que são feitos em parcerias com operadores locais da região que será visitada, diferente de empresas tradicionais do ramo.
Empreendimentos assim, que fomentam o comércio local, muitas vezes não valorizados por políticas públicas, e que também acreditam no potencial do turismo regional, são considerados Negócios de Impacto Social. É no Setor 2.5 (como é chamado) que são incluídos tais projetos inovadores, que focam em resolver questões socioambientais ao mesmo tempo que alcançam resultados financeiros sustentáveis.
O modelo de negócio construído por Julliane tem grande impacto nos locais aos quais visita. Segundo ela um dos objetivos é valorizar o turismo sustentável. A proposta do Ecotur é unir os viajantes a lugares fora da rota, valorizando seus saberes, identidades e cultura. “Baseamos nossos roteiros na experiência que ele pode oferecer ao viajante, experiências de ecoturismo, aprendizado de novas culturas”, disse a Mestranda do PPgCTI.
Acreditar que o conhecimento é transversal e que ele não se limita a apenas um eixo do turismo, esse é um dos diferenciais do modelo. As experiências fornecidas pelo Ecotur nem sempre vão ser aquelas com contato com a natureza, ligadas exclusivamente ao patrimônio histórico, o recorte do empreendimento é o nordeste e é ele que é mostrado aos viajantes, levando-os a conhecer as potencialidades da região para além do sol e do mar.
Neste ano, algumas conquistas foram feitas pela Economista, entre elas, a aprovação pelo segundo ano consecutivo no edital de negócios de impacto do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE/RN). Ano passado a proposta de negócio foi selecionada no processo seletivo da incubadora tecnológica do Instituto Federal do Rio Grande do Norte (IFRN), o que, segundo Julliane, foi de muito valor, principalmente para tratarem o Ecotur como um négocio.
Há ainda muita dificuldade para empreender no Brasil. “Empreender ainda é uma carreira solo em nosso país, ainda parece coisa arranjada, facilmente questionada pela sociedade, sempre parece que o empreendedor é alguém que não deu certo no mercado de trabalho. É preciso muita coragem porque na maioria das vezes é uma trilha inóspita e solitária”. Conclui Julianne, que aproveita para deixar a palavra “Resiliência” como mantra para quem deseja começar a empreender.
Para conhecer mais do Ecotur você pode acessar o site: https://ecoturbrasil.com.br
O PPgCTI e os Negócios de Impacto
Segundo a Organização sem fins lucrativos Oxfam, na última década a desigualdade aumentou no mundo, o relatório divulgado este ano aponta que em 2019 o 1% mais rico detém mais que o dobro das riquezas que 6,9 bilhões de pessoas juntas. No Brasil a realidade não é diferente, no estudo feito pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNDU) o Brasil ficou com a posição de 7° país mais desigual do mundo. Dentro dessa realidade os Negócios de Impacto são de tremenda importância já que esse tipo de empreendimento se propõe a propor soluções para problemas sociais.
Nesse contexto, o PPgCTI vem ganhando destaque pois muitos de seus discentes e egressos têm obtido conquistas importantes. Além do Ecotur, também foram selecionados em processos seletivos que envolviam Negócios de Impacto outras 3 propostas de negócio no Edital do Programa de aceleração do SEBRAELAB Natal/RN – Negócios inovadores de impacto socioambiental e 6 projetos foram aprovados na fase final do edital Centelha.
Em 2017, de acordo com um mapeamento feito pela Pipe.Social (banco de dados de negócios socioambientais do Brasil), foi constatado que apenas 2 de cada 10 Negócios de Impacto apresentavam alguma tecnologia na solução do problema criada. Heloysa Oliveira, egressa do PPgCTI e atualmente professora substituta da Escola de Ciências e Tecnologia da UFRN, desenvolveu, em sua dissertação intitulada “Fruggy: metodologia para criação de proposta de valor para negócios de impacto social tecnológicos”, usando a abordagem do design thinking (abordagem de pensamento criativo) e a partir de ativos de propriedade de inovação frugal (torna produtos e serviços mais baratos) e propriedade intelectual, ela criou uma nova metodologia para criação de propostas de valor para negócios que tenham tecnologia como parte da solução do problema. Hoje, Heloysa é colaboradora em uma das mais promissoras iniciativas de Negócios de Impacto, a Impacta Nordeste.
Você pode conferir matérias a respeito dos selecionados nos processos seletivos, como também da Impacta Nordeste através dos links abaixo:
https://impactanordeste.com.br
Veja abaixo fotos dos passeios da Ecotur.