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A disciplina Ciências e Tecnologias Aplicadas, com ênfase em Ambiental (CTA1) , ministrada pela professora Débora Medina na Escola de Ciências e Tecnologia (ECT) da UFRN, tem como objetivo estimular os alunos a aplicarem a tecnologia na solução de problemas reais da sociedade. Neste semestre, o foco foi a Tecnologia Social, uma abordagem que busca integrar inovação e impacto social, promovendo inclusão e sustentabilidade.
Diferente das tecnologias convencionais, a tecnologia social é pensada para atender necessidaes específicas das comunidades, valorizando saberes tradicionais e recursos locais. “Ela precisa ser pensada e adaptada para a realidade local, promovendo inclusão social, sustentabilidade e integração dos saberes tradicionais com os acadêmicos”, explica a professora Débora. Para isso, os alunos foram desafiados a mapear problemas em suas comunidades e propor soluções tecnológicas viáveis.
Para auxiliar nesse desafio, os alunos passaram por diversas atividades voltadas a nutrir suas ideias tecnológicas. Como a palestra com a aluna do Programa de Pós-Graduação em Ciência, Tecnologia e Inovação (PPgCTI), Camila Almeida, que abordou o tema “Canvas de Projetos Sociais” e a visita técnica à Comunidade da Formiga, em Nísia Floresta/RN, onde exploraram práticas de tecnologias sociais, como bioconstrução e saneamento ecológico.

Estudantes em visita técnica a Comunidade Formiga. — Foto: Turma CTA1
Projetos desenvolvidos pelos alunos
Entre os projetos desenvolvidos, destaca-se o projeto “Patinhas Protetoras”, criado pelos estudantes Monica Paiva, Carla Silva e Gisliardi Santos. O grupo percebeu uma grande quantidade de gatos abandonados no campus da UFRN e propôs um sistema de monitoramento. “Nossa ideia é dar suporte não só com alimentação, mas também com vacinação e castração, buscando parceria com a Escola Agrícola de Jundiaí (EAJ/UFRN) para garantir um cuidado completo”, explica Monica. O projeto também prevê a realização de feiras de adoção para encontrar lares responsáveis.
Outro projeto de impacto é a “Reforma dos Banheiros Acessíveis da ONG Márcia Maria”, idealizado pelos alunos Ronaldo Epifanio, Patrícia Kelly e Bruno Gomes. O grupo identificou a precariedade das instalações sanitárias da ONG, localizada em São Gonçalo do Amarante (RN), e propôs uma reforma para melhorar a infraestrutura e garantir condições adequadas de higiene e acessibilidade. “A ONG recebe muitas crianças e vimos que o banheiro que eles usam é extremamente precário. Nossa proposta é reformar a infraestrutura para garantir melhores condições de higiene e acessibilidade”, destaca Patrícia. O projeto inclui a implementação de fossas sépticas e readequação do espaço com base nas normas técnicas brasileiras.
Já na área da mobilidade e alimentação dentro da UFRN, surgiu o “CampusEats”, desenvolvido pelos alunos Natan Bastos e Thiago Vinicius. O aplicativo tem como objetivo conectar alunos e servidores a pequenos comerciantes no campus, incentivando práticas sustentáveis. “Queremos solucionar o problema da disponibilidade de alimentos em setores distantes das cantinas e, ao mesmo tempo, fomentar a economia local”, explica Natan. O app também pretende conceder um “Selo Verde” aos restaurantes que adotam medidas ecológicas e criar oportunidades para entregadores locais.

Aplicativo desenvolvido do projeto “CampusEasts”. — Foto: Adrielen Cristina | ASCOM ECT.
Extensão e impacto social
As atividades da disciplina foram, ao longo do semestre, desenvolvidas em conjunto com o projeto de extensão “Explorando Tecnologias Sociais”, que também é coordenado pela professora Débora, a fim de promover a aplicação prática do conhecimento acadêmico.
Segundo a professora Débora, a experiência estimula não apenas a formação técnica dos alunos, mas também sua formação cidadã. “A tecnologia pode – e deve – melhorar a qualidade de vida da sociedade”, afirma.
Outro ponto fundamental do projeto é a troca de conhecimento entre universidade e comunidade. “A tecnologia por si só não gera soluções. É preciso compreender o problema local, ouvir a comunidade e integrar saberes populares e acadêmicos”, destaca a professora. Essa abordagem permite que as soluções propostas sejam mais eficientes, aplicáveis e sustentáveis.
O encerramento da disciplina, com a apresentação dos projetos à comunidade acadêmica, ocorreu na última sexta-feira (24), consolidando o aprendizado de 6 grupos de alunos. Para a professora Débora, mais importante do que o produto final é o processo de aprendizado. “Espero que eles percebam que é possível propor soluções tecnológicas respeitando o meio ambiente e as necessidades da sociedade. Isso é um novo olhar sobre a ciência e a tecnologia”, destacou.

Monica Paiva e a Professora Débora Medina na apresentação do projeto. — Foto: Adrielen Cristina | ASCOM ECT