A 28ª missão do projeto ocorreu em Raposa, no Maranhão (foto: acervo do projeto) O projeto de extensão Caravana Espacial…
Em mais uma missão do Polo Natal, o Cometa Nordestino levou o conhecimento científico para cerca de 350 estudantes do ensino médio, o público foi quase duas vezes maior ao da 1ª missão. Desta vez, novos estímulos à vocação científica foram plantados na Escola Estadual Raimundo Soares, localizada na zona Oeste da capital potiguar, no último dia 24 de agosto. Ao longo da tarde, o cenário dos corredores e salas de aula da instituição foram tomados pela abordagem de conteúdos, como expansão do universo, fases da lua e trânsito planetário, a partir de cinco oficinas e uma trilha científica com seis experimentos.
Além do suporte oferecido pela Escola, o andamento das atividades contou com a participação de seis professores e de 13 estudantes do projeto. Entre os olhares que tiveram a atenção captada pelas atividades, estava o de Camilly Gabriela, de 16 anos, aluna do 1º ano. Para ela, a área científica sempre despertou curiosidades e um bom desempenho na escola. No momento, contudo, divide esse interesse com vários outros campos do conhecimento e não sabe exatamente se vai levar a vocação científica para a graduação. “Eu gosto muito de ciências em geral, assim como outras matérias. Sou muito interessada por diversos assuntos”, destaca a estudante.
Aluno do último ano do ensino médio, Guilherme Soares divide o mesmo interesse e destaca que a ação do Cometa Nordestino teve um impacto importante na união de todas as turmas da instituição durante as atividades. Aos 18 anos, embora não tenha perspectiva de atuar no campo científico, diz gostar de estudar sobre o assunto e espera que mais ações como o projeto alcancem a escola. “Foi um momento mágico e diferenciado. Se tivesse mais vezes, seria bem melhor”, aponta.
O desejo do estudante vai ao encontro da perspectiva do graduando do 4º período de Ciência e Tecnologia, Emerson Gomes, para quem a visita à E.E. Raimundo Soares ressaltou a necessidade de investimentos voltados à educação e à divulgação científica. Responsável por ministrar conjuntamente com o bolsista Júlio César a oficina sobre montagem de foguetes, ele destaca o papel dos diálogos junto aos estudantes para sua aprendizagem e o desejo de continuar plantando novas sementes para o conhecimento. “A contribuição para a democratização do conhecimento científico é fundamental para o desenvolvimento desses jovens e para o futuro da nossa sociedade. Estou ansioso para continuar participando desse processo de aprendizado e crescimento”, compartilha.
Além do contato com os estudantes, a aluna do último período de C&T, Dâmara Emily, chama atenção para o fato de que muitos assuntos considerados básicos não alcançam todos os discentes, e o projeto desempenha um papel essencial nessa divulgação. “Fico muito feliz em poder desempenhar o papel de incentivar alunos e professores dentro do Cometa Nordestino. A cada missão que fazemos, notamos também que o nosso projeto influencia e pode atingir cada vez mais pessoas, então, para mim, é uma honra saber que algumas dessas crianças talvez cresça e veja a ciência, pesquisa e tecnologia como opção em sua carreira”, complementa a aluna que ministrou a oficina de montagem de lunetas.
A professora de física da E.E Raimundo Soares, Veruska Benevides, reitera a importância do projeto no estímulo à vocação científica e na maior proximidade dos estudantes com conteúdos considerados ‘complexos’. Aliado a isso, pontua que as oficinas e as trilhas abrem espaço para continuidade de assuntos na sala de aula junto aos discentes. “Muitas vezes, temos um currículo sobrecarregado, e isso limita o tempo que podemos trabalhar essa parte de divulgação científica na sala de aula. E temos também as dificuldades de ressignificar temas que tem uma certa complexidade e trazê-los de uma forma lúdica para os alunos”, ressalta.
O professor Leonardo Almeida, coordenador do Cometa Nordestino em Natal, também chama atenção para os desafios na hora de engajar os estudantes durante os experimentos e as oficinas. Nesse momento, de acordo com ele, inserir os discentes como ‘protagonistas no processo’ exerce papel determinante para superá-los. Para as próximas missões, destaca que o objetivo é aperfeiçoar a programação atual. “Para tanto, vamos criar um catálogo de atividades (oficinas e experimentos) e apresentar com semanas de antecedência aos professores. A ideia é que nossa missão esteja contextualizada nas ementas dos componentes curriculares dos estudantes”, esclarece.
Para Adriana Noronha, coordenadora da instituição, a escola é um espaço aberto à comunidade, e a ação do Cometa Nordestino abre portas para futuras parcerias com instituições de ensino superior. Com a ação do Cometa Nordestino, especialmente, pontua que a principal expectativa é cultivar novos sonhos e interesses na vida dos estudantes. “Para esses alunos, muitas vezes, chegar à universidade é um sonho distante. Então, quando a Universidade chega até a gente, ficamos muito alegres e satisfeitos, porque sabemos que é uma porta de entrada para novos caminhos na vida deles”, enfatiza.