O projeto idealizado no âmbito do Programa de Pós-Graduação em Ciência, Tecnologia e Inovação (PPgCTI) da Escola de Ciências e…
A Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) comemora a aprovação de duas propostas submetidas à Chamada Pública Centros Temáticos 2023 da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), empresa pública vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI). No total, a instituição receberá R$ 25 milhões para a execução dos projetos de pesquisa, que reúnem diversas unidades da UFRN nas áreas de saúde e transformação digital.
A proposta da área temática da saúde, uma das dez aprovadas entre as 61 submetidas em nível nacional, receberá o financiamento de R$ 12 milhões. Denominado Terasus, o projeto da UFRN reúne o Centro de Ciências da Saúde (CCS) e o Instituto do Cérebro (ICe). A segunda proposta da UFRN aprovada na chamada Finep, na área temática transformação digital, foi uma das sete aprovadas entre as 27 submetidas em nível nacional e receberá o financiamento de R$ 13 milhões. Nomeada de AvançaTech, o projeto reúne o Instituto Metrópole Digital (IMD), o Centro de Tecnologia (CT), o Centro de Ciências da Saúde (CCS) e a Escola de Ciências e Tecnologia (ECT).
Segundo a pró-reitora de Pesquisa da UFRN, Silvana Langassner, as chamadas públicas da Finep são muito concorridas entre as instituições brasileiras. “Pela primeira vez, a UFRN conquistou um espaço de destaque nesta chamada de Centros Temáticos da Finep, onde cada instituição poderia aprovar até três propostas — e nós conseguimos aprovar duas. Essa vitória reflete a excelência em pesquisa e a maturidade científica da instituição”, comemora.
AvançaTech
O AvançaTech tem como objetivo a criação de uma infraestrutura robusta para pesquisa e desenvolvimento tecnológico, em um ambiente de colaboração interdisciplinar e inovação, a partir do estabelecimento de um polo de transformação digital e inovação focado em realidade estendida, manufatura avançada e computação especializada. Para tanto, o projeto contará com uma ampla rede de laboratórios especializados em diversas áreas estratégicas, tais como saúde, bioinformática, automação industrial e tecnologias assistivas para apoio a pessoas com necessidades específicas.
De acordo com a professora Kaline Viana, atual diretora da ECT e subcoordenadora do projeto, a escolha da Escola para o projeto se deu por meio de um edital público lançado em 2023, que buscava selecionar centros de infraestrutura científica para enfrentar os principais desafios do país em áreas como transição energética e transformação digital. O projeto inicial da ECT, submetido pelo professor Leonardo Almeida em colaboração com uma equipe reduzida, foi pré-selecionado pela PROPESQ e posteriormente integrado com outros 3 projetos, gerando uma proposta mais forte e competitiva para concorrer em nível nacional.
Dentro do AvançaTech, o papel da ECT será central em duas áreas específicas. A primeira é o desenvolvimento e caracterização de materiais avançados no Laboratório de Materiais Multifuncionais e Nanocompósitos (Lammen), onde, conforme destaca Kaline, serão conduzidas pesquisas de ponta em síntese de cerâmicas e polímeros, com apoio de novos equipamentos como o espectrofotômetro de fluorescência de raios-X (FRX) e uma impressora 3D de alta velocidade. A segunda frente envolve a pesquisa básica e aplicada em áreas estratégicas como Astronomia e Astronáutica , que ocorrerá no Laboratório de Pesquisa Extensão e Inovação em Astronomia (Lapeia). “Com essa estrutura, o Lapeia vai otimizar o processo de capacitação de estudantes e pesquisadores, além de desenvolver pesquisa de ponta e novas tecnologias em Astrofísica e Engenharia Aeroespacial “, explica a diretora.
O professor Leonardo Almeida, também subcoordenador da proposta, enfatiza que o AvançaTech promoverá, ainda, avanços significativos na infraestrutura computacional da ECT. Um dos investimentos previstos é a aquisição de um supercomputador e de desktops de alto desempenho, voltados ao processamento e análise de grandes volumes de dados usando ferramentas tecnológicas como inteligência artificial e machine learning. “Esses recursos vão impactar diretamente todas as áreas da ECT que fazem uso de processamento de dados, como também as áreas de desenvolvimento de novas tecnologias essenciais para a transformação digital”, afirma Leonardo.
Para garantir a sustentabilidade do projeto, ambos os docentes ressaltam que o AvançaTech já conta com cartas de apoio de instituições nacionais e internacionais, abrindo portas para novas parcerias e colaboração em diversas frentes. Nesse contexto, o Programa de Pós-graduação em Engenharia Aeroespacial (PPgEA), coordenado pelos professores Douglas Nascimento e Leonardo Almeida, tem desempenhado um papel central na busca por novas parcerias estratégicas, para consolidar, ainda mais, o AvançaTech como um polo de inovação e pesquisa de ponta, atraindo pesquisadores de diversas áreas da ciência e da tecnologia, ampliando a produção acadêmica e o desenvolvimento de soluções inovadoras para o país.